terça-feira, 30 de setembro de 2014

Rigoberta Menchú Tum

               Rigoberta é original de um povoado do norte da Guatemala chamado Chimel; desde pequena foi acostumada a trabalhar na fazenda de sua família e na costa do Oceano Pacífico onde, acompanhada de outras crianças e adultos, colhia café em grandes plantações. Independentemente de sua origem indígena e simples, conseguiu mostrar ao mundo um pouco mais sobre a cultura de seu povo, a Maia-Quicheó. Desde menina sua força de vontade já se manifestou, cedo se envolveu em atividades da igreja católica que visavam reformas sociais; destacou-se no movimento de propriedade das mulheres. Mais tarde, já adulta, participou de movimentos contrários à ditadura estabelecida em seu país, o que motivou a perseguição por parte do governo; isso fez com que se refugiasse no México a partir de 1981 – infelizmente sua família não foi abrigada em território mexicano e seu pai acabou sendo morto na embaixada espanhola na Guatemala, no mesmo ano.

                Passados 10 anos desse tempo de insatisfações, Rigoberta participou da elaboração da Declaração dos Direitos dos Povos Indígenas pela ONU. Com o fim da guerra civil guatemalense, ela levou ao tribunal espanhol nomes de políticos e militares que assassinaram cidadãos espanhóis e que praticaram genocídio contra o povo Maia da Guatemala. Essa ativista dos direitos humanos foi agraciada com o Prêmio Nobel da Paz de 1992 em função de suas reivindicações e de sua luta, além de receber o Prêmio Príncipes das Astúrias de Cooperação Internacional e de se tornar Embaixadora da Boa Vontade da UNESCO (comitê da ONU).

Albert Schweitzer

Albert Schweitzer nasceu na Alsácia em 1875, filho de influentes políticos locais. Formou-se em filosofia e teologia na Universidade Estrasburgo, vindo a ser efetivado como docente. Albert também tinha amplos talentos na área da música e gozava de boa reputação como pastor.
Em 1905, iniciou a graduação em medicina e então mudou-se para o Gabão, com objetivo de fornecer auxílio médico. Mesmo que impressionado com a falta de recursos, não se deixou abater, improvisou consultórios e trabalhou incansavelmente, chegando a atender 40 pacientes por dia, driblando a falta de remédios e instrumentos. Albert pregou o evangelho, também, ensinando as pessoas a importância de agir em benefício do próximo.

Scweitzer foi prisioneiro de guerra, onde escreveu sobre a decadência das civilizações. Ao término da guerra, participou de várias conferencias que visavam fortalecer seu projeto na África, para onde voltou após certo tempo, munido de mais médico e enfermeiras, tornando possível a construção de alas hospitalares. Em 1952 foi agraciado com o Prêmio Nobel da Paz e em 1965 faleceu.

                                           

Henry David Thoreau

Thoreau, nascido em Concord, EUA, em 12 de julho de 1817, atuou como autor, poeta, naturalista, ativista, crítico, pesquisador, historiador, filósofo e transcendentalista. Sua principal teoria é sobre a Desobediência Civíl, conceito o qual implica em protestar contra uma lei injusta, através de pequenos gestos e de modo pacífico. Foi, também, um exímio abolicionista, pronunciando-se publicamente acerca disso e, influenciando, mais tarde, através de suas obras, o pensamento de ativistas muito reconhecidos. 
Formou-se em literatura clássica e línguas, formando, mais tarde, uma escola, juntamente com seu irmão, a qual utilizava-se de um método inovador de ensino, muito mais proveitoso e humanizado. Como forma de protesto ao Estado, que apoiava a Guerra contra o México e a escravidão, Thoreau parou de pagar seus impostos. Por isso, foi preso, e, quando solto, inspirou-se a escrever a respeito da Desobediência Civíl, obra a qual chegou até Gandhi. Morreu onde nasceu, em 1952, de tuberculose.

                                                           

Dalai Lama Tenziu Gyatso

“Lama” é um termo que faz referência a monges budistas tibetanos e “Dalai Lama” é o líder oficial da Administração Central Tibetana. Tenziu Gyatso é o 14º e atual Dalai Lama do povo do Tibete, ele lidera e mentora a população; seu governo começou no ano de 1950 e 9 anos após a sua entrada teve de se refugiar na Índia, em função do Tibete estar sendo invadido pela República Popular da China - esse abrigo foi conquistado após Tenziu atravessar a fronteira fugindo da perseguição chinesa disfarçado de soldado. Durante o tempo em que permaneceu no país acolhedor começou uma peregrinação pelo mundo, levando a diversos Estados, através da fala, a importância da aplicação dos direitos humanos na nossa sociedade e, principalmente, no Tibete.
                Sua política de conscientização foi baseada em processos pacíficos e até os dias de hoje nunca utilizou a violência para mostrar sua força. Em razão disso é considerado uma das vozes mais influentes, lúcidas e dedicadas para a instituição da paz e da compaixão no mundo inteiro, não é à toa que o Dalai Lama ganhou o prêmio Nobel da Paz em 1989 – condecoração que contribuiu para ecoar ainda mais o som de suas palavras e reforçar seu poder imenso.

Nelson Mandela

Madiba, como ficou conhecido, nasceu no vilarejo de Mvezo, Transkei, em 18 de julho de 1918. Desde cedo sonhava em colaborar com a libertação de seu povo, indo, aos 23 anos, morar fora de seu vilarejo com o intuito de estudar, sendo acusado de traição por seu Clã. 
Tornou-se advogado e passou à liderança da resistência não violenta da juventude, em Joanessburgo. Chegou a ser preso por 27 anos e foi o político de maior importância para seu país. Lutou em grande parte de sua vida pelo fim da segregação racial, tendo como causa maior o Apartheid, através de sua especialização em Direitos Humanos, tornando-se o primeiro presidente da África do Sul livre. 
Foi criado pela ONU um dia em sua homenagem, de modo a valorizar as ações pela justiça, liberdade e democracia. Em 1993 foi condecorado com o Nobel da Paz e, durante sua vida toda, ganhou mais de 250 variados prêmios por seu ativismo, como o Presidential Medal of Freedom e o Ordem de Lenin, dos EUA e da URSS, respectivamente. 
Participou da Congresso Nacional Africano e do Conselho Executivo do CNA, lutando contra o racismo.Como diria o próprio Mandela: "A morte é inevitável. Quando um homem fez o que considera seu dever para com seu povo e seu país, pode descansar em paz. Acredito ter feito esse esforço, e é por isso, então, que dormirei pela eternidade.", assim, no dia 5 de dezembro de 2013, este importante homem deixou a vida entre nós.


                                       

John Lennon

O garoto de Liverpool, John Winston Lennon, nasceu em 9 de outubro de 1940 na cidade que deu origem ao seu apelido, localizada na Inglaterra. Teve sucesso como músico - cantor, guitarrista e compositor - e como ativista. Seu relacionamento com a artista plástica Yoko Ono potencializou suas ações para promover a paz.
Ao gravar a canção “Give Peace a Chance”, iniciou um protesto contra a Guerra do Vietnã e entrou para a vida de ativista. Ao casar-se com Yoko, no ano de 1969, realizou um protesto pela paz chamado “bed-in” ou “John e Yoko na cama pela paz”. Mais tarde, devolveu ao governo britânico uma honraria a ele dedicada, de modo a demontrar seu repúdio pela Guerra do Vietnã. 

Em 1971, apresentou-se no concerto Free John Sinclair, promovido por um ativista antiguerra que fora preso por dez anos, tendo a participação de outras celebridades e ativistas. No ano seguinte, ao se mudarem para Nova York, John e Yoko fizeram amizades com ativistas antiguerra como Jerry Rubin e Abbie Hoffman, planejando, assim, um concerto junto da data da eleição presidencial, com o objetivo de convencer os votantes a ir contra o candidato Nixon, que apoiava a guerra. Mesmo não ocorrendo o tal concerto, a presidência dos EUA decidiu por deportar John Lennon, o que, momentaneamente, não ocorreu. Tal processo teve duração de três anos, fazendo com que ele e Yoko ficassem afastados durantes esse período (1973-1975). Neste mesmo ano, concendeu entrevista ao Mike Douglas Show, mostrando-se contra a Guerra do Vietnã e causando um escândalo. Em suas músicas, como em “Imagine”, também fazia alusão à luta pela paz, disseminando suas ideias para um mundo melhor. Morreu em 1980, aos 40 anos de idade.

Madre Teresa de Calcutá

Anjezë Gonxhe Bojaxhiu, nascida a 26 de agosto de 1910, na atual Skopje - Macedônia, ficou conhecida mundialmente como Madre Teresa de Calcutá. Filha de palestinos, passou a sua vida acreditando na fé católica, enquanto mostrou ao mundo muita persistência e força para perpetuar a paz, dedicando-se aos pobres e necessitados. “Não usemos bombas nem armas para conquistar o mundo. Usemos o amor e a compaixão. A paz começa com um sorriso”, dizia ela. Não sentia asco de doentes e menos favorecidos, ajudando-os através de seu amor incondicional, que foi capaz de ultrapassar inúmeras barreiras.
Aos 18 anos, pôs-se a serviço de Deus, ao fazer votos nas Irmãs de Nossa Senhora de Loreto, Irlanda. Anos mais tarde, passou a dar aula na Casa da Esperança e, em 1952, criou o Lar dos Moribundos, em Calcutá, na Índia, onde, incialmente, teve problemas de aceitação por parte de outras religiões, até que conquistou sua confiança através de suas boas intenções e dos consequentes resultados de suas ações. Desde então, começou sua luta pela justiça e pela paz no mundo, através de ações para com pessoas aidéticas, mulheres que haviam sido abusadas, crianças abandonas, leprosos e qualquer outro tipo de desamparado pela sociedade.
Em 1965, foi aprovada pela Santa Sé a criação da Congregação Missionárias da Caridade, por Madre Teresa, a qual, até 1989, já possuia sedes na Albânia, na Rússia, em Cuba, no Canadá, na Palestina, em Bangladesh, na Austrália, nos Estados Unidos da América, no Ceilão, na Itália, na antiga União Soviética e na China. Por essa e outras empreitadas, Madre Teresa recebeu, em 1973, o Prêmio Templeton e, em 1979, o Nobel da Paz e o cargo de “embaixadora” do Papa em todas as nações. Foi comtemplada, também, com o Padma Shri e o Ramon Magsaysay Award Fundation, em 1962, e com a Medalha Presidencial da Liberdade, em 1985. Em 1987, ao ir à URSS, recebeu a medalha de ouro do Comitê Soviético da Paz. Faleceu em 1997 e, em 2003, foi beatificada. O processo de sua canonização continua em aberto.