Rigoberta é original de um
povoado do norte da Guatemala chamado Chimel; desde pequena foi acostumada a
trabalhar na fazenda de sua família e na costa do Oceano Pacífico onde,
acompanhada de outras crianças e adultos, colhia café em grandes plantações.
Independentemente de sua origem indígena e simples, conseguiu mostrar ao mundo
um pouco mais sobre a cultura de seu povo, a Maia-Quicheó. Desde menina sua
força de vontade já se manifestou, cedo se envolveu em atividades da igreja
católica que visavam reformas sociais; destacou-se no movimento de propriedade
das mulheres. Mais tarde, já adulta, participou de movimentos contrários à
ditadura estabelecida em seu país, o que motivou a perseguição por parte do
governo; isso fez com que se refugiasse no México a partir de 1981 –
infelizmente sua família não foi abrigada em território mexicano e seu pai
acabou sendo morto na embaixada espanhola na Guatemala, no mesmo ano.
Passados
10 anos desse tempo de insatisfações, Rigoberta participou da elaboração da
Declaração dos Direitos dos Povos Indígenas pela ONU. Com o fim da guerra civil
guatemalense, ela levou ao tribunal espanhol nomes de políticos e militares que
assassinaram cidadãos espanhóis e que praticaram genocídio contra o povo Maia
da Guatemala. Essa ativista dos direitos humanos foi agraciada com o Prêmio
Nobel da Paz de 1992 em função de suas reivindicações e de sua luta, além de
receber o Prêmio Príncipes das Astúrias de Cooperação Internacional e de se
tornar Embaixadora da Boa Vontade da UNESCO (comitê da ONU).